Quem nunca ficou assustado ao abrir um relatório mensal ou se deparar, de alguma forma, com a Taxa de Rejeição? Também não é para menos, afinal rejeição não é algo que inspira coisas boas.
Muitas pessoas fazem confusão e não a compreendem da maneira adequada, mas o entendimento e análise adequada oferecem importantes insights de otimização tanto de conteúdo, quanto da experiência do usuário no seu site.
Nesse post aprenderemos o que é, como é feito o seu cálculo, a maneira certa de interpretá-la, além de alguns mitos e dicas para lidar bem com ela.
O que é Taxa de Rejeição?
A Taxa de Rejeição, também conhecida como Bounce Rate, é uma métrica do Google Analytics e representa a porcentagem das sessões em que o visitante saiu do seu site pela mesma página em que entrou, sem fazer nenhum tipo de navegação ou interação. Ou como explica o Google, é a porcentagem de todas as sessões do seu site nas quais os usuários visualizaram somente uma página e não fizeram nenhuma outra requisição ao Google Analytics.
Como a taxa de rejeição é calculada
Uma rejeição é contabilizada cada vez que uma sessão de apenas uma página é computada e nenhuma interação é feita. Um bom exemplo é quando temos uma landing page de um e-Book e nosso visitante chega ao site por meio de seu link direto e baixa o material.
Nesse caso temos uma interação, apesar de o lead ter saído pela mesma página que entrou. Porém é preciso que o Google Analytics esteja configurado corretamente, capturando os eventos de conversão para que ele entenda que houve de fato uma interação.
Sim, isso significa que você terá que se preocupar com a configuração adequada do Google Analytics ou correrá riscos de ter números não confiáveis no seu relatório.
Taxa de rejeição alta é ruim?
Um detalhe importante é entendermos que ter uma taxa de rejeição alta não significa necessariamente que o seu site é ruim ou que seu conteúdo não foi bem escrito.
Essa análise depende muito do contexto. Pense em um blog por exemplo; quando um usuário encontra o seu conteúdo pelo Google por meio de uma pesquisa orgânica, pode ser que ele leia e consuma esse conteúdo mas saia por ali mesmo.
Nesse caso devemos analisar outras métricas como o tempo de permanência na página. Se o usuário sai pela mesma página que entra mas seu tempo de permanência nessa página é alto, ele consumiu seu conteúdo e isso é muito bom.
Já se um visitante entra no site por uma página de serviço buscando alguma solução da sua empresa e sai sem navegar ou solicitar um orçamento; isso sim é preocupante e deve ser analisado.
O ideal é colocar o seu objetivo de marketing sempre em confronto das métricas e se o retorno está conforme o esperado.
Taxa de rejeição x Taxa de saída
Uma outra confusão comum se dá entre a taxa de rejeição e a taxa de saída. É importante entender os dois conceitos para uma análise correta.
Enquanto a taxa de rejeição mede a porcentagem dos visitantes que entram e saem do seu site pela mesma página, a taxa de saída é uma métrica que mostra o percentual de abandono de uma página específica sendo ela a primeira página visitada ou não.
Como e por que devo acompanhar a taxa de rejeição do meu site?
Como eu disse ela é uma métrica importante, mas mal compreendida. Agora que você já entendeu como ela funciona, vamos aprender como acompanhá-la.
Primeiramente é importante ter um objetivo de marketing muito bem definido para que você possa estabelecer as métricas adequadas para atingi-lo. Não é interessante medirmos a taxa de rejeição de maneira genérica e sim, especificamente para cada contexto.
Configure o acompanhamento de conversões no Google Analytics
Certifique-se que o acompanhamento de conversões está devidamente configurado no seu website. Assim, os dados estarão confiáveis para análise.
Configure ou peça para o profissional que gerencia o seu site para criar o acompanhamento de conversões no Google Analytics.
Podem ser monitorados eventos de clique em links, envios de orçamento, tempo de permanência, download de materiais ricos, entre outros objetivos que irão variar de página para página, de projeto para projeto.
Segmente a análise do seu site
O interessante é olhar para o seu planejamento e segmentar suas fontes de tráfego e o tipo de conteúdo do seu site. Dessa forma, você terá informações mais coesas e poderá analisar seus dados separadamente.
Aqui citaremos alguns exemplos para te orientar, sempre partindo do princípio que o seu Google Analytics está devidamente configurado.
Taxa de rejeição para blogs
A análise da taxa de rejeição para blogs deve ser cuidadosa, pois nem sempre sair pela página que entrou sem interagir significa que o seu usuário não gostou do seu conteúdo. Ele pode já ser um lead que já o acompanha e entrar apenas para ler os últimos artigos.
Neste caso o ideal é fazer a análise de novos visitantes, uma taxa alta é preocupante principalmente quando o tempo de permanência é curto.
Você deve analisar os call to actions de inscrições de newsletter, de links para download de materiais ricos, além de olhar com cuidado para a linkagem interna que é um dos pilares da otimização de sites.
Nesse caso, é importante analisar a interface do blog e checar se ela é adequada para o consumo de conteúdo. Muitas vezes, erros de usabilidade e problemas de programação e design podem atrapalhar o usuário, fazendo-o desistir de continuar.
Taxa de rejeição para páginas de serviço
As páginas de serviço são as que deveriam, pelo menos em tese, ter as menores taxas de rejeição. Pense no caso de alguém pesquisar “agência de marketing digital” no Google, encontrar a página de serviços da nossa agência, clicar e sair sem pedir um orçamento, deixar um contato ou sequer navegar para conhecer nossos cases e conteúdos. Seria péssimo, não é?
Com certeza eu ficaria muito preocupado; pois ter uma taxa de rejeição alta para uma página de serviços significa que eu não consegui mostrar que o meu trabalho vale a pena para aquele usuário.
Aqui o ideal é ter uma ótima interface, que facilite a vida do visitante e mostre de forma clara como você ou sua empresa podem resolver o problema dele. Uma dica importantíssima é ter um bom copywriting no seu conteúdo para atrair a atenção do visitante.
Uma página de serviços deve ser convincente. Por isso conteúdos que demonstrem o seu valor como cases, depoimentos, exibição de portfólios e um formulário de contato enxuto são essenciais.
Taxa de rejeição para cases
Taxas muito altas aqui também são preocupantes pelo fato de o case geralmente ser um material de fundo de funil. É aquele conteúdo que, depois de toda a jornada de compra, ajuda o lead a bater o martelo sobre contratar sua empresa ou não.
Não adianta produzir um “senhor” case e ele não gerar nenhum tipo de interação. Mais uma vez o ideal aqui é separar. Faça uma análise na sua base de leads e entenda se esse visitante chegou ali sendo um visitante e teve seu primeiro contato por meio dessa página ou se ele já é um lead que percorreu seu funil.
Se esse visitante já é um lead é muito preocupante uma taxa de rejeição alta nessa página, principalmente caso ela seja a última da sua automação.
O ideal é que depois de toda a interação e relacionamento, esses leads que demonstraram possibilidade de compra vejam o seu case e convertam em algum evento que caminhe para a conclusão desse ciclo. Eventos como compra, como pedidos de orçamento, entre outros que caminhem para o fechamento de alguma oportunidade de negócio.
Já se ele são novos visitantes, o ideal é controlar essa taxa oferecendo conteúdo de valor e inserindo call to actions auxiliares para que o visitante se torne um lead. Materiais de topo de funil e links para outros cases ou posts são boas opções.
Taxa de rejeição de palavras chave
Uma das análises mais importantes que pode dar indícios de como anda a performance da sua estratégia de conteúdo. Quando pensamos otimizar nosso site para alguns termos de busca, criamos toda uma estratégia de conteúdo baseada em palavras chave.
Acompanhar a taxa de rejeição dessas palavras pode te dizer muito e te dará a oportunidade de melhorar pontualmente sobre cada termo. Taxas altas não são um bom sinal.
Aqui podemos estender nossa análise de taxa de rejeição às páginas com anúncios no Google AdWords, pois conseguimos extrair dados e entender essa mesma taxa para sua campanha. Dessa forma a análise fica completa, abordando as palavras que trazem tráfego ao seu site tanto orgânico, como pago.
Sobre o AdWords, uma coisa importante é que a taxa de rejeição quando muito alta e problemática, geralmente indica problemas de experiência do usuário, que por sua vez é levada em conta no cálculo do índice de qualidade. Uma experiência ruim afeta diretamente seu índice de qualidade deixando sua campanha com baixa performance e custos mais altos.
Para uma análise apurada do conteúdo foque bem na sua pesquisa de palavras chave e faça testes A/B para tentar validar o que performa melhor. Basicamente uma tríade vital para o seu negócio: Persona, Conteúdo e Website.
Taxa de rejeição de landing pages com materiais ricos
Ainda sendo preocupante uma taxa de rejeição alta; em landing pages é bem tranquilo de se resolver. Como é uma página que geralmente o cliente entra já com a intenção de converter, os detalhes tendem a estar mais ao seu controle. O ideal é ter uma landing page sem muitas distrações visuais como links e menus em excesso.
Outro ponto importante é o tamanho do seu formulário de conversão. Evite pedir informações desnecessárias. A dica é pegar as informações na medida em que o lead for convertendo e se relacionando.
Dessa forma, você pode usar o lead scoring para fazer a gestão dos leads e entender o quão próximo eles estão da sua persona e se de fato são boas oportunidades ou não.
Pense sempre, o que não é essencial deve ser removido. Não adianta chegar com toda sede ao pote se o lead precisa passar por todas as etapas da jornada de compras. Seja paciente e entenda que é preciso se relacionar.
Por último, tenha um call to action claro e objetivo no seu botão de conversão, que realmente, junto com o seu conteúdo, conduza o visitante à conversão.
Qual a taxa de rejeição ideal
Não existe uma receita de bolo para isso e sim uma compreensão junto aos seus objetivos e aos padrões de experiência do usuário. Até por que cada caso é um caso e um negócio tem suas próprias particularidades. Mas uma pesquisa muito legal divulgada no blog no Neil Patel, mostra alguns índices para diferentes segmentos:
- Blogs – 70 a 98%
- Landing pages simples – 70 a 90%
- Sites de conteúdo – 40 a 60%
- Geração de leads (páginas de serviço) – 30 a 50%
- Varejo – 20 a 40%
- Portais – 10 a 30%
- Sites de serviço/FAQ – 10 a 30%
Como eu disse não é uma regra, mas pode servir como um direcionamento. O ideal é ter o Google Analytics devidamente configurado e com o acompanhamento de eventos e conversões implementado e testado para que você tenha números confiáveis e possa alinhar isso junto à sua estratégia.
Dica de Ouro: Experiência do Usuário
Se você chegou até aqui, merece uma dica de ouro ?: e eu fecho esse post com ela falando sobre “Experiência do Usuário”. De uma maneira geral, altas taxas de rejeição (lembrando que seu dado deve ser confiável) indicam problemas de experiência do usuário.
Isso é muito sério, pois ninguém tem paciência de navegar e consumir conteúdo em sites lentos, que não possuem boa experiência mobile ou que possuem tanta informação a ponto de não te deixar focar no conteúdo. Ninguém incluindo você.
Então pense bem; se você não gosta, por que outras pessoas deveriam? Dê uma atenção especial ao seu site e tente deixá-lo o melhor possível para receber conteúdo de qualidade. Isso irá contribuir muito para a manutenção de baixas taxas de rejeição.
Espero que você tenha entendido e esclarecido suas dúvidas sobre o que é a taxa de rejeição e como lidar com ela. Lembre-se sempre que a análise de métricas deve seguir um planejamento e não decisões baseadas em interpretações erradas e ansiosas.
Então como diria Douglas Adams, não entre em pânico! E qualquer dúvida, deixe nos comentários ou, caso você precise, entre em contato com nossa equipe.
See you!